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Boas práticas para formular limpadores de alta performance

Diante da enorme variedade de matérias-primas disponíveis aos formuladores no desenvolvimento de um produto, este momento pode até dar um nó na cabeça. Com este artigo, buscamos oferecer um ponto de partida mais claro e eficiente para os formuladores que desejam desenvolver produtos de limpeza com alto desempenho, segurança e custo-benefício.

Entendendo as famílias dos produtos de limpeza

Antes de mergulharmos nas práticas de formulação, é importante estabelecer uma divisão didática dos tipos de produtos de limpeza, nos limitando a uma família de produtos específica. Essa categorização ajuda a reduzir o número de variáveis e facilita a escolha assertiva dos ingredientes:

Dessa forma, iremos separar as famílias da seguinte forma:

  1. Limpadores: Multiuso, Perfumado, Desengordurante, Flotadores, Limpa Vidros
  2. Detergentes: Lava-louças, Lava-roupas, Detergentes automotivos
  3. Desinfetantes: Produtos com ação bactericida comprovada (domésticos ou profissionais)
  4. Cáusticos: Desincrustantes, Desengraxantes, Limpa chapas e grelhas
  5. Oxidantes: Água sanitária, Alvejantes clorados e sem cloro
  6. Ácidos: Limpa alumínio, Limpa pedra, Pós-obra, Decapantes
  7. Baixa espuma: Limpeza CIP, Lava Louças para Máquina Automática, Limpa Pisos para Máquinas Automáticas

Neste artigo, vamos nos concentrar nas boas práticas da família 1. Limpadores: Multiuso, Perfumado, Desengordurantes, Flotadores e Limpa Vidros.

Boas práticas para o desenvolvimento de limpadores

Ao formular um limpador dessa categoria, é essencial buscar o equilíbrio entre eficiência, facilidade de uso e acabamento da superfície. Veja os principais pontos:

Espuma controlada e fácil enxágue:

É desejável que o produto seja fácil de enxaguar ou que nem sequer necessite de enxágue. Para isso a espumação deve ser controlada e os níveis de ativos devem ser os menores possíveis, desde que garantam a eficiência esperada, para que não gere resíduos do produto em demasia na superfície após a limpeza.

Escolha de tensoativo: 

Os tensoativos não iônicos, em especial os álcoois graxos etoxilados com HLB entre 11 e 13, são os mais indicados. Eles oferecem:

  • Espuma controlada
  • Alta detergência
  • Boa solubilidade e compatibilidade com fragrâncias
  • Acabamento limpo, sem névoa ou resíduos

Alternativas ao Nonilfenol 9,5 EO

Apesar de ser uma escolha comum entre formuladores, o Nonilfenol 9,5 EO é restrito em muitos mercados internacionais por questões ambientais e toxicológicas, como Europa e Estados Unidos. Tampouco é verdade que esta é a molécula com melhor relação custo-benefício. A Macler tem desenvolvido pesquisas e formulações com alternativas mais sustentáveis e com custos ainda mais competitivos do que com o uso do Nonilfenol.

Uma opção que se destaca nestas pesquisas e desenvolvimentos é o uso de Berol 175, um álcool graxo de alta eficiência produzido pela multinacional Nouryon e distribuído exclusivamente pela Macler no Brasil para o mercado de higiene e limpeza.

O Berol 175, assim como a maioria dos não iônicos etoxilados, tem espumação média, alta detergência e são líquidos. O que acaba por gerar os seguintes comportamentos desejados:

  • Espumação média: facilita o enxágue
  • Alta detergência: possui HLB 11 a 13 e permite trabalhar com baixas dosagens de ativo garantindo uma boa eficiência de forma que não gere muito residual após a limpeza.
  • Produto líquido: evita cristalização e manchas esbranquiçadas

Coadjuvantes e alcalinidade:

Para maximizar o poder de limpeza, o uso de coadjuvantes (saiba mais sobre este tema acessando nosso artigo sobre o tema) e ajuste do pH para leve alcalinização são estratégias fundamentais.

O coadjuvante mais eficiente em termos de custo-benefício é geralmente o Tripolifosfato de Sódio, que possui uma ótima eficiência como dispersante e produz uma alcalinidade livre suficiente para contribuir com o aumento do pH e por isso aumento de poder de limpeza. Porém, este produto gera um impacto ambiental no que diz respeito à eutrofização por conta do fosfato.

Por isso outras opções mais sustentáveis podem ser empregadas, com destaque para o sequestrante Dissolvine GL 47-S. De origem 100% vegetal, rapidamente biodegradável, o produto é uma alternativa moderna para quem busca formulações mais limpas e responsáveis. Atua como sequestrante eficiente, especialmente útil na proteção de fragrâncias, corantes e conservantes contra íons metálicos.

Além disso, o uso de um conservante adequado, uma boa fragrância, um corante de qualidade aliados a um sequestrante eficiente, como o Dissolvine GL 47-S, para protegê-los de íons reativos, são de altíssima relevância. 

O tensoativo correto, um bom coadjuvante e um pH levemente alcalino (9 a 11) são a base para um limpador de alta performance.

Requisitos adicionais por aplicação

Cada subcategoria de limpadores apresenta nuances que devem ser consideradas na formulação final:

Multiuso, limpadores perfumados e flotadores:

Álcool etílico ou isopropílico pode ser adicionado para acelerar a secagem após a limpeza. Níveis baixos (1 a 2%) já produzem um bom efeito secante. Cuidado com o excesso, já que pode causar desidratação da superfície e revelação de cristais, gerando aparência fosca ou manchada.

Desengordurantes e Limpeza de fogão:

Este problema de revelação dos cristais fica ainda mais problemático nos casos de desengordurantes, mais especificamente quando aplicados na limpeza de fogões, geladeiras e eletrodomésticos. Muitos destes equipamentos possuem partes metálicas ou com pinturas brilhantes que fazem com que os cristais secos se tornem ainda mais visíveis. Por isso, adicionar glicóis como butilglicol ou butildiglicol ajuda a evitar esse efeito, criando uma película muito fina que mantém a superfície “hidratada”, fazendo com que estes cristais não sejam revelados, deixando a superfície mais brilhosa.

Limpa vidros:

Neste caso, o uso de álcool em combinação com um glicol é importante, pois precisamos de uma secagem mais rápida. Por isso, é indicado o uso de concentrações de álcool um pouco maiores (2 a 4%) e um glicol para não deixar a superfície desidratada, provocando manchas persistentes. 

Para mais detalhes, acesse nosso artigo específico sobre formulação de limpa-vidros. Clique aqui.

Base técnica com espaço para inovação

As boas práticas apresentadas aqui ajudam a nortear o desenvolvimento partindo de um ponto largamente experimentado e usado por todo o mundo, mas não excluem a criatividade e inovação do formulador. Pelo contrário: ao dominar os fundamentos, abre-se espaço para propor soluções disruptivas sem comprometer a eficácia e a expectativa do consumidor.

Como de costume, a Macler disponibiliza materiais complementares com sugestões de dosagens e matérias-primas recomendadas para cada tipo de formulação.

Fale com nosso SmartLab e descubra como podemos apoiar o desenvolvimento do seu próximo produto de sucesso.

Lucas MicheluzziDiretor Técnico na Macler

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